11 de maio de 2018

Redesol MG é exemplo para formalização de grupo de catadores em Bom Jesus do Amparo

Destinação correta dos resíduos é interesse unânime na cidade (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

O trabalho desempenhado pelos catadores filiados à Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) é a referência do setor na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Diante disso, a rede desenvolve o papel de mediadora no diálogo dos catadores de Bom Jesus do Amparo com o executivo municipal, no objetivo de formalizar um empreendimento solidário na cidade e contribuir na implantação da coleta seletiva.

Em reunião realizada na quinta-feira (26/04), na Câmara Municipal da cidade, que contou com a presença da Redesol MG, Programa Novo Ciclo, catadores do município, representantes do executivo e legislativo, foram discutidos os anseios dos trabalhadores com relação à formalização do grupo, bem como o apoio da prefeitura nesse processo. A proposta do executivo visa se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/10.

O grupo de Bom Jesus do Amparo é formado por quatro catadores que trabalham informalmente no lixão da cidade, separando o material reciclável em meio ao lixo produzido. Segundo o catador e presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Nova União (Unicicla), Anderson Viana, o associativismo pode contribuir na melhoria das condições de trabalho. “Formalizar o grupo vai ajudá-los a avançarem”, disse.

Para a presidente da Redesol MG, Ivaneide da Silva Souza, a formalização deve vir acompanhada da definição de um local de trabalho para que a cidade possa evoluir. “É necessário um local certo para os catadores. Para fazer a mobilização, deve ter a perspectiva de um galpão, seja próprio ou alugado. O diálogo entre executivo e legislativo deve ser logo para definir a questão desses trabalhadores”, sugeriu.

O prefeito Dário Ferreira Motta revelou que existe um planejamento para construção de um galpão para o serviço de triagem de materiais recicláveis, que serão recolhidos principalmente pela coleta seletiva que o município quer instituir. “Pretendemos construí-lo no mesmo espaço que os catadores estão, que é em uma área que possui cerca de três hectares. Com relação a isso, não vejo dificuldade nenhuma”, pontuou.

De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Adílson José Eduardo, um passo já foi dado ao descarte legal dos resíduos e que há interesse da prefeitura em investir nos catadores. “Para a destinação, o contrato já está assinado com o Aterro Sanitário de Macaúbas, em Sabará. Quanto a reciclagem, a prefeitura tem vontade de fazer acontecer. Todo apoio que precisar, a gente vai ter”, explicou.

Redesol MG é parceira na formalização do grupo de catadores (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

Cidade busca se adequar à lei nacional


Bom Jesus do Amparo, distante 67 quilômetros de Belo Horizonte, encontra-se atrasada em sua gestão dos resíduos produzidos pela população. Ela faz parte do grupo das que ainda possuem lixão, situação irregular de acordo com a PNRS. O objetivo é erradicar com a prática de descarte ilegal e recuperar a área, que também é utilizada pelos catadores.

Assessor técnico da Redesol MG no Programa Novo Ciclo, Lélis Fonseca destacou o empenho das pessoas envolvidas na causa. “Esse anseio está alinhado, porque grande parte dos vereadores está interessada em um problema que é social e econômico, então essa proposta é uma solução. A coleta seletiva proporciona um ganho social e ambiental para as cidades com a separação dos resíduos sólidos e com a inclusão dos catadores”, afirmou.