Foto: Diego Cota/Redesol MG |
Na ocasião, o movimento nacional lançou a Segunda Carta de Brasília, na plenária nacional da entidade. O documento expressa os princípios e objetivos do MNCR para mais um ciclo. Para a militância, a palavra da vez é “radicalizar” na participação, organização, formação técnica e política e na democracia, em busca de avanços aos catadores.
Nos quase 20 anos desde o primeiro encontro organizado pelos catadores, o trabalhador com material reciclável teve sua importância reconhecida pela sociedade. O serviço desempenhado o torna um agente social de mudanças positivas visando a sustentabilidade. Mas, segundo o MNCR é necessário dar um passo além.
Em sua maioria, os catadores, seja individual ou organizado em associações e cooperativas, prestam o serviço para as cidades de forma gratuita e obtém sua renda apenas pela venda do material triado. As prefeituras, nesta situação, são omissas. De acordo com o movimento, é necessário articular para firmar contratos justos de prestação de serviço com os municípios.
Além disso, o movimento visa, para este novo ciclo, aumentar a participação dos catadores em cada canto do país, reafirmando a equidade de gênero; ocupar o espaço econômico em busca de melhores condições e consolidar sua posição, uma vez que o setor produtivo na reciclagem só existe por causa da ação desses trabalhadores.
Segundo o catador e membro da Coordenação Nacional do MNCR, Alex Cardoso, a Segunda Carta de Brasília reforça a militância e a organização dos empreendimentos. “Ela expressa os nossos anseios, as nossas angústias e também o comprometimento de organizar as cooperativas”, disse.
“Devemos articular na base para que as discussões do movimento dos catadores não sejam apenas de meia dúzia, mas que seja pertencente de origem desde a nascente de todas as catadoras e catadores. Precisamos reafirmar o compromisso de radicalizar a democracia, participação e o compromisso de fortalecer essa base”, completou.