Antes e depois do galpão da Ascapel (Imagem: Diego Cota/Redesol MG) |
A Associação de Catadores de Pedro Leopoldo (Ascapel), filiada da Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG), sofreu o pior incêndio de sua história, na quinta-feira (31/05). O fogo, de origem criminosa, destruiu o galpão de triagem e consumiu várias toneladas de materiais preparados para a comercialização.
A renda dos catadores e os maquinários do empreendimento foram comprometidos. Segundo a presidente da Ascapel, Luciene Pereira de Almeida, a carga de recicláveis estava avaliada em cerca de R$ 10 mil e esse valor seria destinado à remuneração mensal dos catadores. “O que mais pesou, a princípio foi o fato de ter perdido o dinheiro do pagamento dos associados. Ele foi todo queimado nesse incêndio”, disse.
Para contribuir com a reestruturação da associação, o interessado pode doar qualquer valor por meio da conta na Caixa Econômica Federal: Agência 0144, Operação 013, Conta 37431-3.
Momento difícil encontra conforto na solidariedade
O galpão da Ascapel fica localizado atrás da empresa Citygusa, próximo à Comunidade Monte Tabor, em uma região isolada na cidade de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Era tarde no dia do fatídico incêndio quando Luciene chegou ao local e encontrou a estrutura em chamas. “Fui a primeira a chegar. Fiquei apavorada no momento. Vi o pagamento de treze pessoas indo embora e não podia fazer nada”, contou.
O estoque da associação estava cheio de fardos dos mais variados tipos de materiais recicláveis triados pelos catadores. Devido a greve dos caminhoneiros, que parou o Brasil naquela semana, não foi possível realizar a venda antes do feriado de Corpus Christi. “Como teve a greve, juntamos os fardos. A ideia era enviar todas as duas cargas de uma vez assim que a greve terminasse”, revelou.
A maior parte do galpão foi destruída pelo incêndio. Além das chamas, a tubulação de água foi quebrada, esvaziando a caixa. Com isso, não foi possível executar uma primeira ação antes da chegada de equipes para controlar o incêndio. “A nossa área acabou. Tem que fazer tudo novamente, porque não tem como trabalhar aqui da forma que está”, disse Luciene.
Para continuar o trabalho, a Ascapel está em funcionamento em outro galpão nas proximidades do que sofreu o dano. A mudança alterou a forma dos catadores trabalharem. Segundo Luciene, eles estão acostumados com o processo de triagem em mesa. Agora estão tendo que triar diretamente no chão. “A gente vai começar o processo todo de novo, da forma como tudo começou, separando no chão. Temos que pegar o costume até nos levantar. Isso gasta tempo”, contou.
Luciene ainda conta que mesmo depois desse momento tenso, todos os catadores associados se uniram no intuito de reerguer a Ascapel. Além disso, todos estão contentes com a solidariedade que a associação tem recebido. “Ficamos surpreendidos pelo apoio. A população inteira está com nós. Não tem como desistir se tem muita gente torcendo pra gente levantar. Nós vamos renascer da cinza”, afirmou.
Galpão da Ascapel antes do incêndio (Foto: Diego Cota/Redesol MG) |
As chamas destruíram grande parte do galpão (Foto: Diego Cota/Redesol MG) |