20 de julho de 2018

Encontro da economia solidária discute avanços do setor, em Belo Horizonte

Foto: Diego Cota/Redesol MG

A Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) representou os catadores no I Encontro Mineiro da Economia Popular Solidária, realizado de 4 a 6 de julho, no Hotel San Diego, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Foram reunidos representantes das onze regionais do estado que integram o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária.

O evento trouxe como tema central o fortalecimento da democracia, das redes de cooperação e do desenvolvimento social. Além disso, apresentou os avanços alcançados nos últimos anos dentro da economia solidária no estado. Para o superintendente de empreendimentos econômicos solidários da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), José Ribeiro, trazer o diálogo à tona é importante para os trabalhadores.

“Hoje vivemos um cenário de retrocessos, de perdas de direitos e também o descumprimento com o compromisso do fortalecimento da democracia. Juntar o povo da economia solidária para esse debate é essencial”, disse.

Para a catadora da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli Barreiro), Silvana Maria Leal, a ocasião se tornou um espaço para troca de saberes em torno do que foi desenvolvido no âmbito estadual. “Aqui estamos alinhando o que tem e o que foi desenvolvido nos últimos anos. É um espaço importante, pois há um diálogo com os gestores para discutir o que pode avançar dentro da economia popular solidária”, avaliou.

Crescimento da Economia Popular Solidária, em Minas Gerais


Catadora artesã da Cooperativa dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis da Pampulha (Coomarp), Cleide Maria Vieira está inserida na economia solidária há dez anos. Além de trabalhar com a triagem de materiais, ela garimpa, entre o montante de reciclável, peças que ganham uma nova vida a partir do seu trabalho artístico.

Ela aponta que houve evolução no setor. “Melhorou muito em 10 anos. Hoje em dia temos eventos para promover a economia solidária. Temos a possibilidade de questionar até mesmo a forma como o governo destina a verba”, revelou.

Expositores apresentaram seus trabalhos no último dia do evento (Foto: Divulgação/Redesol MG)
Segundo dados do governo estadual, a produção econômica solidária de Minas Gerais representa 15% do total produzido no Brasil. Entretanto, José Ribeiro destaca que o indicador é algo novo, pois passou a ser mensurado em 2015. “Ele vem sendo construído nos últimos anos. Hoje podemos dizer que a economia solidária está estruturada e tem indicadores para serem discutidos”, disse.

Dentro da importante marca ocupada por Minas Gerais está o papel decisivo dos catadores que, além de envolver trabalho e renda, proporciona benefícios diretos ao meio ambiente. A Redesol MG fez questão de levar ao encontro o Espaço do Catador, que conscientiza sobre a importância do trabalho do catador e da coleta seletiva solidária. “A catação é importante pelo retorno ambiental e pela geração de trabalho e renda. É uma forma poderosa de inclusão social”, destacou Cleide.