Fotos: Diego Cota/Redesol |
A redução do número de dias da coleta seletiva na cidade foi uma das medidas sanitárias definida pela prefeitura durante a pandemia. Com a situação atual de estabilidade, os catadores e a população anseiam pela retomada do serviço duas vezes por semana, com objetivo de aumentar o volume de materiais recicláveis coletados e disponíveis para o processo de triagem e de reduzir a quantidade enviada para o aterro sanitário.
De acordo com o presidente da Unicicla, Anderson Viana, a população local tem perdido o hábito de separar para a coleta seletiva pela falta de espaço para armazenar durante a semana. “Os moradores e principalmente os comerciantes, que produzem um grande volume de resíduos, ficam sem opção. Com a retomada duas vezes por semana, todos vão ter mais comodidade para fazer a separação e a destinação, a prefeitura vai diminuir o volume de material que está indo para o aterro sanitário e os catadores vão ter mais trabalho e renda”, projetou.
Os resíduos recicláveis são um potencial gerador cidadania. Na cidade, os catadores puderam experimentar, ao longo dos anos, melhoria da qualidade de vida por meio da atividade. A catadora da Redesol, Cleide Maria Vieira, destacou a importância de evitar que o material tenha o destino indevido. “Hoje, o município que aterra resíduos sólidos recicláveis está aterrando dinheiro. Nisso, está deixando de gerar trabalho e renda e falhando em cuidar do meio ambiente”, afirmou.
O prefeito Ailton Guimarães assegurou que a prefeitura estuda a retomada da coleta seletiva duas vezes por semana. Ele falou ainda da importância de promover a mobilização da população, junto com os catadores, para evitar que um grande volume de recicláveis vá para o aterro sanitário. “A minha expectativa é que maiores quantidades de recicláveis vão para a Unicicla e que ela seja maior do que aquilo que vamos levar para o aterro”, disse.
Prefeito anunciou o reajuste do contrato com a associação |
A deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), que acompanhou a reunião do Fórum, parabenizou o trabalho realizado pelos catadores na cidade e disse acreditar na conscientização como fundamental. “A gente não vai evoluir enquanto cidadão e sociedade se não tivermos cuidado com o lixo que a gente produz. Todas as casas produzem muito lixo e a gente pode trabalhar a educação socioambiental a partir daquilo que acontece dentro de casa”, afirmou.
Fórum e Unicicla são destaques
O Fórum Lixo e Cidadania de Nova União teve início há mais de cinco anos, em setembro de 2016. Durante o período, diversos encontros encaminharam benefícios para os catadores e comunidade local. O diálogo estabelecido, sempre aberto e produtivo, serve hoje de exemplo para outras localidades do estado que buscam avançar na temática.
A servidora da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Marcella Nunes Costa, destacou que Nova União e o protagonismo dos catadores são exemplos para a realização do Programa Lixo e Cidadania, em mais de 60 municípios do estado.
“Aqui em Nova União nós só temos a aprender para levar a experiência para outros locais. O mais interessante é que a organização do Fórum vem das catadoras e catadores. Nosso programa vai ser executado, na primeira rodada, em 64 municípios, de acordo com a adesão dos promotores. Nós só temos a aprender, pois vocês já estão bem a frente se comparado com as realidades que encontramos”, contou.
O Fórum Lixo e Cidadania de Nova União contou com a participação da Redesol, Cimos/MPMG, deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), executivo, legislativo e atores locais e entidades das cidades vizinhas.