24 de outubro de 2018

Intervenção do Programa Novo Ciclo reorganizou grupo de catadores filiado à Redesol MG

Foto: Diego Cota/Redesol MG

Quando o Programa Novo Ciclo chegou na Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli-Barreiro), a situação estava delicada quanto à organização do empreendimento. Os catadores, que anteriormente retiravam uma renda segura do trabalho, dessa vez estavam convivendo com uma remuneração baixa, fato que gerou insatisfação de alguns cooperados com a atividade.

A filiada da Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) é uma das referências em Belo Horizonte na gestão dos resíduos sólidos, com mais de 15 anos em funcionamento. A intervenção do programa na Coopersoli teve como objetivo reorganizar a unidade do grupo e as etapas de produção. Para isso, foram realizadas oficinas com base na ferramenta de qualidade 5S.

A catadora Elis Regina Martins Silvério, que faz parte da Coopersoli desde sua fundação, contou que, antes da intervenção do Novo Ciclo, a cooperativa funcionava com duas turmas e que os catadores trabalhavam no formato 12h por 36h. “Depois disso, as coisas desandaram. A gente lutou para poder unir de novo. Nosso grande desafio é que todos voltem a trabalhar juntos”, revelou.
Durante o V Encare, as catadoras contaram sobre os avanços da Coopersoli (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

Unir os catadores em turno único foi o primeiro caminho para a solução do problema, proposto pela equipe do Novo Ciclo. Com o desenvolver do trabalho, o formato de produção foi sendo alterado e os catadores foram realocados de funções com o intuito de aumentar a produtividade. “Ainda não está 100%, mas melhorou muito desde então. Todo dia tem que adequar até dar certo”, contou a catadora Marli Aparecida dos Santos Miguel.

A maior crise enfrentada pelos trabalhadores da Coopersoli não desanimou Marli, que é uma das fundadoras. Ela contou que sempre acreditou que a situação iria melhorar. “A gente não saiu porque tem esperança de mudar isso, de reverter a história. Já ganhamos bem aqui. Teve uma época que a retirada era de dois salários mínimos”, disse.

Para Elis Regina, esse processo de reorganização da Coopersoli só foi possível devido à atuação em rede, na Redesol MG. “Se não fosse a rede, a gente não teria conseguido o Novo Ciclo fazendo o acompanhamento e as oficinas. Tudo que eles (a equipe do Novo Ciclo) falaram, ensinaram e ajudaram a gente, foi muito bom. Se não fosse o Novo Ciclo, nós não tínhamos conseguido nos juntar direito. Foi o diferencial”, afirmou.

No final de abril, foi realizado um intercâmbio nas cooperativas de Belo Horizonte para troca de experiências. Na foto, os catadores da Coopersoli visitam a Coopemar Oeste (Foto: Divulgação/Redesol MG)