Evento contou com exposição dos produtos, oficinas e atividades culturais (Fotos: Diego Cota/Redesol MG) |
Alimentação saudável livre de agrotóxicos, produtos feitos a partir do reaproveitamento de materiais e informações úteis para uma vida sustentável. Tudo isso levado ao público por trabalhadores da economia solidária, por meio de feiras. A última delas, nomeada de Festival da Primavera, foi realizada de 3 a 5 de outubro, no Centro de Belo Horizonte, e contou com apoio da Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG).
O Espaço do Catador, utilizado pela Redesol MG para conscientizar sobre a necessidade do serviço de coleta seletiva, ocupou uma das tendas do evento. Nele foi explicado sobre a forma correta de separação dos materiais recicláveis. “Estamos falando da importância da coleta seletiva. Quando vamos consumir e comprar os nossos produtos nos mercados, devemos olhar se ele tem a possibilidade de ser reciclado”, revelou a catadora da Coomarp Pampulha, filiada da rede, Cleide Maria Vieira.
Segundo ela, nos três dias de festival, a questão principal foi em como fazer a separação do resíduo em casa. “Muitos tiraram dúvidas, alguns não sabiam se determinado material poderia ser reaproveitado ou como separar. Nosso foco foi explicar os tipos de papeis e plásticos, que são mais comuns. Falamos também sobre sucata e alumínio”, disse.
Espaço do Catador conscientiza sobre a maneira correta de fazer a coleta seletiva |
O aprendizado adquirido com as dicas da catadora foi inédito para a prestadora de serviço do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Vanessa Mateus Macedo. “É a primeira vez que estou vendo esse trabalho com recicláveis, o que a gente pode utilizar ou não”, contou. Ela vê a necessidade de separar cada tipo para dar a destinação correta. “Falei com uma amiga do serviço para separarmos para facilitar o trabalho do catador que passa na rua”, completou.
O Festival da Primavera foi realizado pelo Movimento da Economia Solidária e, além da Redesol MG, contou com o apoio do MTE. Chefe da Sessão de Economia Solidária do MTE, Fabiola Barbosa Martins avaliou o evento. “Foi muito produtivo. Contou com exposição dos produtos nas ruas, oficinas sustentáveis, ambientais, da reciclagem e outras, sempre com o olhar na sustentabilidade. A participação da Redesol MG é sempre um presente pra nós”, disse.
A catadora da Coopersoli-Barreiro, filiada à rede, Silvana Assis Leal, acompanha os eventos da economia solidária há vários anos em Belo Horizonte. Para ela, a rede está cada vez mais fortalecida no meio. “Com essa participação, vejo o quanto crescemos. Quando começamos a participar, nos sentimos fortalecidos nesses espaços. É uma parceria que a gente troca. Trazemos nossos conhecimentos e levamos os saberes de todos. Eu acho rico demais para o crescimento da Redesol estarmos juntos”, avaliou.
Fortalecimento da cultura solidária e sustentável
Além de ser espaço para comercialização dos produtos, as feiras são importantes para passar uma mensagem de que uma outra forma de economia, que preza pela sustentabilidade, é possível, como contou a artesã da Coopercon.sol BH, Osvaldina de Souza Silva. “O Festival da Primavera é importantíssimo. É o primeiro passo para nós mudarmos uma cultura”, disse.
Osvaldina trabalha com restos de linhas, lãs e retalhos. Segundo ela, com "tudo que for possível reciclar" |
“É uma feira eco ambiental e estamos mostrando a importância de mudar a mentalidade. Além dos nossos produtos que são de reciclagem e reaproveitamento e têm uma importância muito grande para a ecologia, é também uma forma de conscientizar o público quanto ao lixo, por meio de conversas”, completou.
Para a gastronomia, a proposta do festival foi em uma alimentação saudável, vegana e vegetariana |
Para a integrante do grupo Olivias Artes, Daniela de Oliveira, o local proporciona contato direto com o consumidor, além de ser o momento mais importante para os produtores. “São fonte de renda, uma forma de divulgar o trabalho e levar o sustento para nossa família. Muitas das vezes, o artesão quer viver da sua arte, mas é difícil. Então, as feiras nos fazem chegar às pessoas. Proporciona esse elo entre nós e os clientes”, revelou.