28 de dezembro de 2018

Economia Solidária: Redesol MG é modelo de gestão, em Belo Horizonte

Apresentação foi acompanhada por dezenas de integrantes do Fórum (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

A Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) reúne há quase uma década empreendimentos de catadores do estado. Nesse tempo, o trabalho coletivo proporcionou uma gestão de bons resultados, fato que tornou a rede um exemplo para a economia solidária da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Com o objetivo de compartilhar a experiência da organização dos catadores filiados e os avanços conquistados nos últimos anos, a Redesol MG foi convidada para fazer uma apresentação no Fórum Municipal de Economia Solidária de Belo Horizonte, realizado na terça-feira (20/11), no Centro Público de Economia Solidária.

A presidente da Redesol MG e da Cooperativa dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis da Pampulha Ltda (Coomarp Pampulha), Ivaneide da Silva Souza, destacou a necessidade de os trabalhadores se formalizarem. Para ela, foi a partir desse momento que os catadores passaram a ter avanços significativos dentro da cadeia produtiva. Hoje, alguns setores da economia solidária desempenham sua atividade sem formalização jurídica.

Ela revelou que, desde a formação do seu grupo, ele faz parte do espaço do fórum. “Antes, eu não conseguia entender o que falavam, achava que fazia parte de outro mundo, que não tinha relação. Falava de artesanato, feira, costura, menos de reciclagem. Com o tempo, descobri que nos empreendimentos a gente pratica a economia solidária. Começamos a entender que deveríamos estar bem mais próximos e ligados à isso”, disse.

Catadores contaram a experiência solidária dos empreendimentos (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

Durante sua apresentação, ela destacou características essenciais do trabalho solidário e organizado: cooperação, democracia, solidariedade e empreendedorismo. Diferente de empresas capitalistas, nas cooperativas e associações de trabalhadores há uma justa distribuição dos resultados, oportunidade para desenvolvimento das pessoas e condições para melhoria de vida.

Foi tendo em vista o desenvolvimento desses valores que a Redesol MG foi constituída. Segundo Ivaneide, quando há a união, o potencial dos catadores aumenta. “A rede se uniu para representar um interesse coletivo e aumentar a amplitude do trabalho dos catadores para conquistar projetos e avanços. Quanto mais a gente se une, mais resultado positivo a gente consegue”, disse.

Com orgulho, Silvana revelou a satisfação de estar na economia solidária (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

Para a catadora da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli-Barreiro), Silvana Maria Leal, o trabalho coletivo é diferenciado. “Aqui na Redesol nós somos solidários com todos os companheiros. Há um intercâmbio de boas experiências. No trabalho coletivo o que me encanta é estarmos dentro de uma economia diferente. É com orgulho que falo e participo”, contou.

A gestora do Centro Público de Economia Solidária de Belo Horizonte, Neuzanete Souto, classificou os catadores da Redesol MG como modelo de persistência e trabalho. “Sempre em alguma formação, cito a Redesol. Nós entendemos que ficar sentados ouvindo o outro pode ser desconfortável, mas depende de qual interesse no que está sendo discutido. Eles chegam aqui por volta das 8h30 da manhã e saem às 17h. Eles sentam nessa mesa e quando saem, têm um planejamento. Eles, pra mim, são exemplos”, disse.