4 de março de 2019

Beneficiamento do vidro proposto pela Redesol MG é prática de sucesso no Brasil

São recolhidos, em média, 200 toneladas de vidro por mês nos Locais de Entrega Voluntária (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

A gestão do vidro descartado pelos moradores representa um desafio para os municípios. Por ser um material pesado, volumoso e de baixo custo, ele acaba por não ser atraente para os empreendimentos de catadores, pela falta de espaço suficiente para acondiciona-lo. É por isso que a Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) tem um projeto focado na solução desse problema.

Com a proposta de receber e beneficiar o vidro produzido em Belo Horizonte, e posteriormente das diversas regiões mineiras, a Central de Beneficiamento de Resíduos Vítreos é um projeto em parceria com o Programa Glass is Good, da Diageo, que coleciona exemplos similares que obtiveram sucesso em diversos locais do país.

Essa iniciativa de logística reversa do vidro começou antes mesmo da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), como conta a integrante da Ong 341 Caminho Suave e gestora operacional do Programa Glass is Good para a Diageo, Valéria Quaglio. “O programa começou em 2010, em São Paulo. A primeira cooperativa gerava 3 toneladas de vidro/mês e hoje ela tem capacidade para 60 ton/mês. Isso gera renda para os catadores e a gente recicla esse vidro que iria para o aterro. Além dessa, crescemos para mais três cooperativas em São Paulo e posteriormente para outros locais do país”, contou.

Um dos pontos positivos de investir em um empreendimento como esse na capital mineira é o fato que é gerado muito vidro pelos moradores. Além disso, BH é conhecida por ser a capital mundial dos bares. “Acredito que BH tem um volume muito grande por ser uma cidade com muitos bares, as pessoas gostam de beber”, avaliou Valéria.

Diferente de outros materiais comercializados, o vidro não sofre alterações repentinas nos preços. A gestora do programa explicou que, quando bem gerido, a comercialização do vidro pode promover uma segurança financeira aos empreendimentos. “Eles sabem quanto vão ganhar de acordo com a quantidade, porque o vidro tem preço fixo. Além disso, ele gira rápido. Com uma logística bem definida, ele escoa bem e o resultado é satisfatório”, disse.

Foto: Diego Cota/Redesol MG

A princípio, a Central de Beneficiamento vai receber o vidro recolhido nos Locais de Entrega Voluntária (LEVs), disponibilizado pela prefeitura em diversos pontos da capital. Atualmente, esse material é destinado para a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de Belo Horizonte (Coopemar Oeste), filiada da Redesol MG, pois é a única com área suficiente para gerir o montante, de cerca de 200 toneladas mensais.

Valéria aposta no bom resultado com a implantação da central, porque a rede acumula capacidade e expertise. “Acredito muito na Redesol. A gente vem trabalhando junto há dois anos, esperando que a coisa realmente cresça e que possamos ter um fluxo maior. É uma rede que tem experiência, fez capacitação e sabe como vai desenvolver em cima da questão do vidro”, finalizou.