14 de março de 2019

Redesol MG capacita cooperativa de vendedores de água de Belo Horizonte

Grupo de economia solidária existe desde 1999 (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

A gestão da Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol MG) pelos catadores é um exemplo positivo para a economia solidária em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Na terça-feira (12/02), os cooperados da Cooperativa dos Vendedores de Bebidas, Água Mineral e Similares (Cooperágua), que atuam na Feira de Arte e Artesanato da Avenida Afonso Pena, receberam capacitação sobre cooperativismo e gestão solidária, ministrada pela rede.

Dentre as demandas elencadas, está o resgate da união do grupo. O empreendimento atua desde 1999 com a venda de bebidas. Os cooperados contaram que nos primeiros anos a cooperativa se destacava em âmbito nacional. “Pessoas de outros estados visitavam para conhecer e aprender sobre nossa gestão”, revelou um dos fundadores, Edson Barbosa.

Mas com o passar dos anos perderam a força e a representatividade que havia no início. Para o presidente da entidade, Geovani Dias, é preciso que o grupo se capacite e entenda mais sobre os princípios do cooperativismo para que a atividade se sustente.

Vendedores receberam orientação sobre cooperativismo da Redesol MG (Foto: Diego Cota/Redesol MG)

A presidente da Redesol MG, Ivaneide da Silva Souza, explicou a importância para os trabalhadores de estarem presentes nas discussões e fóruns de economia solidária promovidos na cidade. “Vocês têm que mostrar que são parte da economia solidária como um grupo organizado. É um espaço muito importante, é daqui que saem definições sobre realização de feiras, por exemplo”, disse.

Os cooperados atuam somente aos domingos na Feira de Arte e Artesanato da Avenida Afonso Pena e, há um tempo, enfrentam dificuldades que comprometeram a produção do grupo. Entre elas, a concorrência com outros vendedores de água, que, em algumas ocasiões, não vendem água mineral, e acabam ganhando os clientes pelo menor preço.

Para o assessor técnico da Redesol MG no Programa Novo Ciclo, Lelis Fonseca, uma demanda essencial é criar identificação com o público da feira. “É necessário divulgar o trabalho e elaborar uma marca que identifique os vendedores da Cooperagua, diferenciando-os dos demais. Além disso, devem focar na questão da saúde, relacionando com a qualidade e procedência da água que a pessoa vai beber, que não corre o risco de ser de torneira”, sugeriu.

Edson Barbosa destacou a importância dessa primeira capacitação e, apesar da sala cheia, deseja que mais pessoas tenham acesso aos momentos de formação. “O bate-papo foi muito bom para nós. O ideal seria se todos os cooperados pudessem participar. Precisamos de mais palestras como essa, de mais capacitações e diálogos com pessoas instruídas sobre cooperativismo, como vocês da Redesol”, disse.

Foto: Diego Cota/Redesol MG