23 de fevereiro de 2020

Catadores da Redesol participam da coleta de recicláveis no Carnaval de BH

Equipes são formadas por catadores de empreendimentos e avulsos (Foto: Divulgação/Coomarp Pampulha)

O Carnaval de Belo Horizonte cresceu nos últimos anos e com ele a necessidade de oferecer uma coleta de materiais recicláveis eficiente durante os blocos carnavalescos aumentou. Pelo segundo ano consecutivo, ela é realizada pelos catadores organizados. Desta vez, conta com a inclusão dos catadores avulsos, que antes realizavam a catação de forma independente. Cooperados da Coomarp Pampulha e Coopersoli-Barreiro, filiados à Redesol, participam das equipes de coleta nos dias de folia.

Um dos objetivos dessa interação entre os formatos da profissão é mostrar ao catador avulso o trabalho desenvolvido pelos empreendimentos, como destacou Thiago Henrique Estevan, coordenador da Central de Coleta de Recicláveis, montada para o carnaval, no bairro Floresta.

“Todos os catadores realizam esse trabalho no dia a dia, porém nas cooperativas é de forma organizada e conta com o apoio de diversas instituições. Essa iniciativa visa trazer a possibilidade aos catadores de conhecer a formalização junto às cooperativas e instituições, além de organizar e valorizar o trabalho deles”, disse.

De acordo com a catadora e presidente da Coopersoli-Barreiro, Silvana Assis Leal, a atuação em conjunto está atraindo a curiosidade sobre o trabalho formalizado. “Nós estamos despertando para esses catadores que trabalham na rua como é atuar em uma organização. Estamos, aos poucos, construindo uma parceria com eles. De primeira, não havia essa abertura para conversar, agora eles nos procurem para saber sobre a cooperativa”, contou.

Trabalho nos dias de folia

A logística da coleta conta com cinco unidades da Central de Coleta de Recicláveis: no hipercentro, Floresta, Savassi, Santa Tereza e Pampulha. Cada localidade tem uma equipe de catação, que é identificada com uma cor específica. “O catador pode transitar pela cidade, mas sua base é fixa. Eles são identificados por uma pulseira colorida, na cor da Central que ele está inscrito”, explicou a catadora e presidente da Redesol, Ivaneide da Silva Souza.

A catadora Cleide Maria Vieira realiza o trabalho de apoio na Central localizada na rua Aquiles Lobo, na esquina com a rua Itambé, no Bairro Floresta, e contou que o local tem como finalidade apoiar e organizar o trabalho. “Os catadores coletam os recicláveis nas ruas e trazem para a tenda, onde é feita a triagem entre metal, plástico e papel, e posteriormente a pesagem. Após isso, eles recebem o ticket de pesagem e são remunerados pelo material”.

Triagem do material é realizada na Central de Coleta de Recicláveis (Foto: Divulgação/Coomarp Pampulha)

Segundo a catadora Rosilene Aparecida Barbosa, o material mais coletado nos dias de carnaval é a latinha de alumínio, seguido pelo plástico e papel. Ela revelou que a equipe de coleta é sempre muito bem recebida pelos foliões. “Alguns vêm ao encontro para deixar seu material com a gente, mas o que mais está sendo feita é a catação na rua. Eles deixam no chão e nas lixeiras, pois já esperam que nós catadores vamos passar por ali para coletar”, disse.

Latinha de alumínio é o material mais coletado nas ruas (Foto: Diego Cota/Redesol)

Neste ano, a atuação dos catadores foi dividida nos três momentos da festividade: pré-carnaval (15 e 16/02), carnaval (21 a 25/02) e pós-carnaval (29/02). Ao todo, são oito dias que estão proporcionando uma experiência inédita, como destacou Ivaneide. “É a primeira vez que o trabalho vai ser realizado no pré-carnaval, carnaval e pós-carnaval. Achei bem interessante a participação no pré, porque serviu para nos organizarmos melhor. Está sendo uma experiência rica de aprendizado, como no planejamento das ações”, disse.

Além de ser remunerado pela diária de trabalho, o catador recebe pelo volume de material coletado. Esse é um fato positivo para a catadora Elis Regina Martins Silvério. “Na minha avaliação, a experiência do carnaval está sendo muito boa. Esse formato de trabalho me agrada, porque é mais tranquilo e com uma remuneração maior”, apontou.

Para o coordenador Tiago, o pagamento imediato está sendo o diferencial. “O trabalho está fluindo bem, porque estamos conseguindo realizar um trabalho diferenciado, que é a remuneração na hora. Isso favorece muito o catador avulso que precisa do dinheiro no momento da entrega do material”, disse.

A iniciativa é realizada pela Ambev, em parceria com a Belotur e a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), e executada pela Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), com a participação das associações e cooperativas de Belo Horizonte e catadores avulsos.

Foto: Diego Cota/Redesol

Foto: Diego Cota/Redesol

Foto: Diego Cota/Redesol