13 de julho de 2021

Comercialização conjunta traz benefícios para os catadores da Redesol

Cargas conjuntas são destinadas para indústrias de Minas Gerais e de outros estados (Fotos: Divulgação/Redesol)

A Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol) consolidou, no primeiro semestre de 2021, um dos objetivos traçados e desenvolvidos nos últimos anos: a comercialização em rede de forma frequente para a indústria recicladora. Os resultados alcançados têm proporcionado benefícios aos catadores, mesmo em tempo de pandemia. A conquista é fruto de uma série de ações que tiveram início desde a formação da rede e só foram possíveis graças ao trabalho articulado entre os catadores.

Essas ações tiveram como foco no primeiro momento o fortalecimento das filiadas, como contou a presidente da Redesol, Ivaneide da Silva Souza. “Vencemos muitos desafios para chegar aqui. O primeiro foi estruturar os empreendimentos com equipamentos essenciais, tais como prensas. Conseguimos com projetos e liberamos todos para essa comercialização. Depois, adquirimos um caminhão, alugamos um espaço para unificação das cargas e o último desafio foi o capital de giro”, disse.

Ao longo desse período, os projetos executados foram fundamentais para ampliar a visão de negócio dos catadores dentro da cadeia produtiva da reciclagem. A presidente da Coopersoli-Barreiro, Silvana Assis Leal, relembrou as intervenções e destacou a complexidade que é a atuação conjunta. “A comercialização em rede teve um efeito maior durante o Cataforte III, no nosso plano para o vidro, e no Programa Novo Ciclo com as visitas nas indústrias. Nós vimos que era possível comercializar outros tipos de resíduos. Estamos no caminho certo, é uma construção de longo prazo, porque é um relacionamento amplo com bases e gestões com pensamentos independentes”, afirmou.


Com a conquista do galpão pra funcionar como uma central, tanto para o recebimento de vidro quanto para concentrar o volume produzido nas bases, aliado com a negociação frequente com a indústria, foi possível comercializar materiais que antes eram descartados pela falta de valor de mercado. Isopor, pente de ovos e plásticos ABS e PVC foram alguns deles. Outros, como embalagens longa-vida (TetraPak) e variedades de plásticos, foram valorizados e hoje agregam na renda.

Com o protagonismo dos catadores nas negociações, a média de ganhos é maior se comparado com a comercialização para os atravessadores, como era feito antes. Silvana apontou também que atuar de forma conjunta é gratificante. “A comercialização em rede ajuda muito os empreendimentos no sentido de valor, de preço dos materiais, e quando fazemos de forma conjunta, o resultado é bem mais satisfatório para todos”, disse.

A vice-presidente da Redesol e catadora da Associrecicle-BH, Fabiana da Cruz Ovídio, assegura que esse é o melhor cenário para os catadores. “A comercialização em rede foi a melhor coisa que podia acontecer com as cooperativas e associações e está trazendo muitos benefícios para a associação. Essa é a melhor forma de comercialização para os catadores”, afirmou.

O trabalho em rede, além de ser positivo para os catadores, de empreendimentos de grande ou pequeno porte, possibilita maior união das filiadas. “Hoje percebemos uma maior maturidade, compromisso e credibilidade nas ações. Isso possibilita a proximidade da rede, pois um dos nossos objetivos centrais é o fortalecimento de todas as bases”, destacou Ivaneide.